Ser-se criança
é ser-se impertinente,
é ter a esperança
de um ser inconsciente.
É gritar à toa
batendo com o pé no chão,
um verso de “Pessoa”
que ficou no coração.
É não saber viver
apenas por um dia
é ser-se contente, conhecer,
uma imensidão de alegria.
Ser criança é ser poeta,
um vagabundear feliz,
é andar de bicicleta
é ser-se o que Deus quis.
É contar pelos dedos
para depois esquecer,
ter tremendos bocejos
e depois adormecer.
Assim, na vida dos cultos
onde andamos aos encontrões
respiramos como adultos,
crianças de outras gerações.
Soraya Cruz