“Tudo muda…”
Tinhas amêndoas no olhar e um estrelado sorrir
Mente pura, e candura, de quem não sabe mentir.
A bela infância passa, seguiste uma nova estrada
Sais da antiga ignorância, e queres voltar à vida passada.
“Criança” perdida nas ruas, vagueando para além
Bastarda filha de nada, filha de ninguém.
Cantaram-te ao ouvido doces canções de embalar
Doces memórias perdidas que nunca mais ouviste cantar.
Saudade guardas agora de tempos que foram diferentes
Tanta coisa por dizer, perdidas paixões ardentes.
Usada pela vida e logo a seguir deitada fora
Vida maldita que te iludiu numa infância de outrora.
Hoje, já não há amêndoas no teu olhar
O teu sorriso já parou de brilhar
Tudo mudou tão de repente…
Voltaste as costas e seguiste
Para trás, a saudade persiste
Mas simplesmente olhaste em frente!
Xilofone ainda toca baixinho as doces canções de embalar
Zumbidos agora distantes que jamais irão voltar…
Vânia Furet