Porcelanas de Orvalho
Quando subimos o olhar prodigioso
E ao longe as aromatizámos,
Sentimos a tal correlação
Que se viria a revelar benévola
E que muitas vezes nos forneceu
O firmar da arte desirmanada.
Esse silêncio que nos intacta,
Dilacerou-nos o racionalizar,
Preteriu-nos no austero,
Abandonando-nos dementes
Perante tal excelência singular.
Esses desertos,
Essas areias secas,
Esses pós mortos,
Que ressuscitam
E florescem
Na incomensurabilidade
De impugnações,
Não se alcançam dominar.
E…
São engenho
Que embute,
São faísca
Que atinge,
São sabor
Que tolhe,
São perfeição
Que permanece,
São crianças
Que nascem.
Francisco Viborg de Aragão