Apenas Crianças
Duas pedras preciosas,
Com os olhitos a brilhar,
Duas crianças amorosas
Que ainda nem sabem gatinhar.
Dois botões a florescer
Que o futuro viu nascer!
Feições únicas, bem marcadas,
Narizitos tão diferentes,
Boquitas bem desenhadas,
Sorrisos doces e inocentes.
Dois meninos tão desejados,
Tão pequeninos, mas tão amados…
Já os vejo a correr atrás da bola,
Traquinas, felizes, cheios de vida,
Já os vejo a caminho da escola,
Enquanto penso em tanta criança perdida.
Tanta criança abandonada,
Sem pão… sem nada…
Crianças que crescem sem amor
Que pedem algum consolo,
Crianças que só conhecem a dor
Que procuram o carinho de um colo.
Crianças que são apenas crianças…
Em quem depositamos tantas esperanças!...
Dina Rodrigues