Eterna criança…
Por entre olhares rancorosos de uma multidão em fúria,
Por entre ruas, escadas e caminhos de terra,
Um olhar de sofrimento surge
Oculto por roupas velhas
Que deixaram há muito de ser o presente desejado.
Reencontro novamente os teus olhos
Que já nada me dizem, já nada me revelam.
Saber que tanto te amei,
Que tantas noites perdi chorando no silêncio da escuridão
Na ânsia de assistir à impossível repetição de nossos actos.
Por entre olhares discretos e lágrimas escondidas
Prometemos enquanto crianças
Nunca esquecer o amor que nos unia…
Oh, eterna ingenuidade de quem vive num mundo de quimera.
Enquanto adultos,
Esquecemos a pureza que os nossos corações conservavam,
Perdemos a inocência que habitava nossas almas,
Desprezámos a maior parte dos ensinamentos que nos transmitiram
Achando conseguir, sozinhos, escolher os caminhos certos.
Esquecemos que fomos crianças, que ainda somos crianças,
Esquecemo-nos de viver o presente porque não abandonamos o passado,
Porque pensámos demais no futuro.
Hoje, escolho o caminho da felicidade, pois
Com este corpo de adulto, coabita uma alma de criança,
Uma eterna criança que sempre me lembra
De nunca parar de sonhar…
Diana