Poema de criança
Quando é nova uma criança
Nem sequer chega a pensar
Naquela triste herança
Que este Mundo lhe vai dar.
Inocente, vai brincando,
Entre as ruínas duma guerra
Onde os homens vão matando
Pouco a pouco a sua Terra.
Mas um dia vai dar conta
Da miséria que consome,
Quem não tem a mesa pronta
Para à noite matar a fome.
Com firmeza vai pedir
Ao mortífero canhão,
Que em vez de balas atire
Uns pedacinhos de pão.
Eu tenho quase a certeza
Que ninguém se vai ralar
E os senhores da grandeza
Vão prosseguindo a brincar.
Tanta gente a padecer
Por esse Mundo inteiro,
Tanta gente sem comer,
Mas prá guerra há dinheiro.
Meus senhores deste planeta,
Parem lá com as matanças,
E que mais ninguém cometa
Maus-tratos sobre as crianças.
Rama Lyon