Poemas Apresentados ao III Prémio de Poesia em Rede - Publicação Provisória
17.1.09

A MENINA EM MIM…

Dentro de mim há, todos os dias,
Uma menina muito pequenina
(falo muito a sério, não estou a sonhar!)
Com quem me dou muito bem,
Com quem gosto de brincar.
Não sei o que é vergonha
Por isso nunca dela me envergonho
Mesmo quando é travessa ou faz maldades.
É em mim que a trago, jamais se escondeu
E todos os dias, a todas as horas,
Sou muito mais Ela do que Eu.
As minhas meninas,
As que pus no mundo,
Zangam-se com ela,
Não sabem amá-la
E ela fica triste, chora e vai-se embora
Mas volta a sorrir mal se esqueçam dela…
E eu também sorrio,
Torno a inventá-la,
Dou-lhe dos meus sonhos,
Dou-lhe a minha voz
E enquanto viver não quero perdê-la
Ou desencantá-la!
Se esta simbiose vos não agradar,
Se acharem imprópria esta cumplicidade,
Ó senhores do Bom Senso e do Lugar-Comum,
Vão ter, queiram ou não, de a aceitar…
É ela quem me tece os dias,
Um a um!


Maria João Brito de Sousa

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:22  comentar

De manu a 17 de Janeiro de 2009 às 09:48
Bem bonito este seu novo registo. Que a criança dentro de si se revele como até aqui. Abraço.

De Maria João Brito de Sousa a 17 de Janeiro de 2009 às 16:25
Obrigada, Manu! Eu escrevi sempre poesia de rima livre, até me apaixonar pelo soneto clássico em 2007, mas os poemas de rima livre também me são muito queridos.
O soneto é que tomou uma constância que quase me monopolizou as horas mas, de vez em quando, lá aparece um poema destes, mais liberto de métricas, mas não de melodia...

De Velucia a 18 de Janeiro de 2009 às 17:52
Oi Maria

Muito estranho!
Será que o comentário que eu fiz foi parar em outro lugar?
Li novamente e lembro que fiz um comentário diferente daquele onde errei o nome.

Mas faço-o novamente!

Eu disse : Não tem que se envergonhar-se da menina que você é!
Pois a criança dentro de nós é sincera!
Como sincero são teus sonetos e transparência das suas telas.
Continue com a criança que tens.

Boa sorte amiga!

Um abraço.

De Maria João Brito de Sousa a 19 de Janeiro de 2009 às 03:13
Obrigada, Velucia! Agora deu certo, sim!
Abraço!

De linhaseletras a 18 de Janeiro de 2009 às 20:23
Que lindo poema, é diferente daquilo a que nos habituou, mas gostei de ler, e a menina que há dentro de nós tem que ser amada também por aqueles que nos amam, e se as meninas que pôs no mundo não gostam dessa "menina" e se não a compreendem, elas é que ficam a perder.
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Que lindo poema, é diferente daquilo a que nos habituou, mas gostei de ler, e a menina que há dentro de nós tem que ser amada também por aqueles que nos amam, e se as meninas que pôs no mundo não gostam dessa "menina" e se não a compreendem, elas é que ficam a perder. <BR class=incorrect name="incorrect" <a>Ninguem</A> se devia esquecer que mãe há só uma, seja ela de que maneira for , mas infelizmente só quando se perde é que se dá valor , mas ai já não interessa, Amar os outros enquanto cá estamos todos. <BR>Um beijo para si e tudo a correr bem <BR>

De Maria João Brito de Sousa a 19 de Janeiro de 2009 às 03:15
Muito obrigada, amiga. Dá para perceber muito bem, sim.
Penso que o seu Kanguru, e vez em quando, precisa de saltar um bocadinho!
Abraço.

De linhaseletras a 18 de Janeiro de 2009 às 20:25
O Kanguru deve estar louco, mas dá para perceber, não dá?

De memorexquer a 18 de Janeiro de 2009 às 22:33
Será que eu tenho alguma criança dentro de mim?
Fui adulta aos 14 anos. Agora pago as consequências por discurso demasiado sério que não me deixa marcar encon tro com a criança que nunca encontro.
Obrigado por teres desenvolvido temas e opções que ultrapassam as crianças que pusestes no mundo, e que não acham graça a um afago, a uma carícia de um animal de 4 patas, cuja personalidade educa o seu dono, o seu pai ou a sua mãe. Ao fim ou cabo a comunicação intra-gerações ensina que há guerras, pobreza económica, pouca saúde social por ambições descabidas, humilhação de carácteres. Rebater a vertente negativa, com um sorriso num apelo à osmose entre a criança que teima em sobreviver e aquela que esbarra na tecida pela sociedade. Parabéns!...

De Maria João Brito de Sousa a 19 de Janeiro de 2009 às 03:17
Tens sim, Nati! Todos nós temos, mas alguns amordaçam-na.
Obrigada pelas tuas palavras!

De Francisco de Aragão a 20 de Janeiro de 2009 às 07:57
Maria João,

Um poema com um encantamento que encanta. Transmite uma beleza incomparável com características únicas.

Parabéns!

Francisco

De Maria João Brito de Sousa a 21 de Janeiro de 2009 às 00:31
Obrigada, Francisco. Quase lamento não ter concorrido com um soneto... mas este pareceu mesmo responder ao desafio. :)

De KI a 22 de Janeiro de 2009 às 10:13
Olá Poeta, gostei mt de ler este poema, não lamente n ter concorrido com um soneto, está lindo e sereno.

Abraço e felicidades.

De KI a 23 de Janeiro de 2009 às 10:28
E este é o meu preferido sem dúvida. Espero q ganhe Maria João.

De Maria João Brito de Sousa a 24 de Janeiro de 2009 às 01:06
Obrigada Ki, mas há poemas muito bonitos nesta edição do Poesia em Rede. Só tenho pena de estar mesmo sem tempo... lá vou lendo um de vez em quando...

De Pedro Leitão a 26 de Janeiro de 2009 às 16:16
Muito interessante a acepção diferente do tema aqui presente:p

Confesso que quando li o tema desta edição do poesia em rede torci de imediato o nariz, por me parecer... enfim... Mas ao que parece não fui o único a fugir ao simplismo, e a tentar expandir o tema para outras reflexões :)

Parabéns!

De Maria João Brito de Sousa a 30 de Janeiro de 2009 às 01:15
:) Foi a menina em mim quem escolheu, Pedro...
É travessa e não morre de maneira nenhuma enquanto eu viver... no fundo, no fundo, quis fazer uma "partidinha" e saiu um poema de rima livre quando muitos esperavam mais um soneto. Só faz maldades destas... não é grave.
Abraço.

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