Poemas Apresentados ao III Prémio de Poesia em Rede - Publicação Provisória
1.4.09

 

Das crianças
 
São puras, inocentes, verdadeiras.
Chamam-lhes anjos, arautos e afins.
Elas é que são Buda e Jesus.
Consta que não têm maldade ou preconceito
e deve ser por tudo isso que são o melhor do mundo.
 
Muitos poetas falam delas. Menos, falam para elas.
Muitos menos, falam com elas.
Afinal, são apenas seres em construção
mas já são o melhor que podem ser.
Não vale a pena gastar muita tinta com a perfeição,
o poeta vive do caos, do erro, da paixão.
 
Diz-se que são seres humanos em potência.
Se eu soubesse o que é ser um ser
e humano… potência, acho que sei.
Eu já era o eu que hoje sou.
A diferença é que me perdoavam todas as crueldades,
que me davam almoço e jantar e me aconchegavam na cama
e eu não tinha que fazer nada… só existir.
 
As crianças olham as coisas
como se não percebessem nada do que vêem
e têm com elas uma intimidade digital.
Eis a essência e também o Graal.
Mas o melhor da infância foi que eu era imortal.

Isa Maloff

 

 

 

 

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:11  ver comentários (4) comentar


As Crianças

 

As crianças a brincar
E eu a olhar,
Sei deixar de pensar
Se iria voltar a ficar igual.

Estão sempre a cantar
E fazem-nos dançar,
São doces e carinhosos
E estão sempre babosos.

São a nossa razão de viver,
Nascem de nós
Tal como os nossos avós.
 
Eles são o fruto do nosso amor
E não nos deixam dor,
São traquinas e brincalhões
E estão nos nossos corações.

Fofinhos são
Tristes não ficaram,
Com o nosso amor e carinho
Apetece dar mais um beijinho.

 
Rita Santos

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:07  ver comentários (3) comentar

30.3.09

Era uma vez

 

Era uma vez

Um país de várias cores

Onde as ruas têm nomes de flores

E os sonhos se tornam realidade.

 

Era uma vez (outra vez)

Uma menina pequena e frágil

(Voava como uma borboleta ágil

Pelos caminhos da felicidade)

Tinha caracóis no cabelo

E sorriso alegre de criança

Os seus olhos, cor de chocolate,

Espelhavam ternura e esperança.

 

Amar era a sua arte.

E movia-se ao sabor do vento

Que a levava para terras distantes

Desvendando-lhe princesas, infantes,

Noites estreladas e momentos de alento.

 

Baloiçava entre o imaginário e o real

Subia à mais alta montanha

E agarrava a mais bela estrela

Que acreditava ser o seu mundo ideal.

(Qual sina estranha

A ingenuidade é má façanha!)

A curiosa petiz

Vivia feliz.

 

Era uma vez…

 

 

Marta Aguiar

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:50  ver comentários (10) comentar

26.3.09



 

 

Um novo ramo
 

Deposito minha esperança
nas sementes que o vento
espalha pelo caminho
Que o tempo sem descanso
apodrece aos frutos e aos homens..
Mas desses sempre surgem,
novos ramos...

E apesar do ciclo ser severo
não nos é permitido
desperdiçar terreno e minério
Pois é justamente dessa terra
que eles irão se alimentar..

Isto é, se até lá não tivermos concretados,
os jardins e os corações..
Assim mesmo tenho fé
de que entre as fendas superficiais
Floresça uma espécie ainda capaz
de ser humana o suficiente...
 
Nada de laboratório ou foguetes,
cálculos ou igrejas;
Precisamos mesmo é de produtores rurais,
mensageiros embotados de lama
Plantando no propósito de que a paz se fertilize
e dê aos nossos filhos e netos
amor pra essa vida...
 

 

 

 

 

 

Autor: Gilmar Santos.

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:46  ver comentários (1) comentar

Sou criança, sou inesgotável


Ser criança é ser inesgotável na razão,
A razão que transforma qualquer emoção,
A razão que leva ao infinito da questão.

Ser criança é ver por entre cegos,
É sorrir constantemente,
É ter em mente a alma límpida e brilhante,
A alma que viaja sem maldade,
A alma que cava lealdade.

Faço castelos de areia,
Onde fico congelada e radiante,
Radiante porque sou criança triunfante,
Radiante pela experiência expectante.

Construo o meu ser para além da sombra dos outros,
Construo o meu querer pelo presente do que penso,
Sou infantil no mistério da realidade,
Sou infantil porque a fantasia conheço.

Ser criança é ser imortal,
Ser criança é poder cantar em liberdade,
Ser criança é dar luz à verdade.

                                                             

                                                                   Susana Ferreira

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:00  ver comentários (2) comentar

23.3.09

A Luz de um Sonho

 

Uma vontade de sorrir

Nasce da luminosidade do luar

Sendo eu criança

Tudo me leva a sonhar

 

Criança com sua alegria

Espontânea e inconstante

Imagina o objecto mais brilhante

Permanecendo assim este o seu guia

 

Criança, de extrema fragilidade

Ingénua e empolgante

Tudo lhe é fascinante

 

Mas com seu sorriso

Mesmo o mais disparatado

Possui alegria contagiante

Que torna o Mundo mais belo e radiante !

 

 

Marcelo Araújo

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:41  ver comentários (4) comentar

Criança Africana

 

Criança africana

Não concebida e já condenada

Criança sem futuro

Desde nova escravizada

 

Seu súbtil sorriso sobressai

No topo do inferno que ali vai

Sua tristeza constante

Torna-se num desespero revoltante

 

E nenhuma esperança

Permanece nesse coração negro

Coração triste de criança

 

A escuridão neles presente

Retira-lhes o pouco da sua alegria

Que é inútil para sobreviver na vida

Vida esta, corrompida eternamente !

 

 

Cláudio Madureira

 


link do postPor poesiaemrede, às 23:40  ver comentários (15) comentar


Quero ser...
 
Quero ser, num sonho infinito
uma duquesa,até mesmo uma princesa,
morar numa casa de encantar,
de chocolate, ou até mesmo algodão.
Ter alegria e fazer magia
com a minha varinha de condão.
 
Quero por fim ser criança
Hoje, amanhã e sempre,
Numa alegria constante
d'um sonho atordoante.
 
 
Patrícia Alexandra Pereira

 

 

 

 

 

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:34  ver comentários (6) comentar

18.3.09

Poema de criança

 

Quando é nova uma criança

Nem sequer chega a pensar

Naquela triste herança  

Que este Mundo lhe vai dar.

Inocente, vai brincando,

Entre as ruínas duma guerra

Onde os homens vão matando

Pouco a pouco a sua Terra.

Mas um dia vai dar conta

Da miséria que consome,

Quem não tem a mesa pronta

Para à noite matar a fome.

Com firmeza vai pedir   

Ao mortífero canhão,

Que em vez de balas atire

Uns pedacinhos de pão.

Eu tenho quase a certeza

Que ninguém se vai ralar

E os senhores da grandeza

Vão prosseguindo a brincar.

Tanta gente a padecer

Por esse Mundo inteiro,

Tanta gente sem comer,

Mas prá guerra…há dinheiro.

Meus senhores deste planeta,

Parem lá com as ‘‘matanças’’,

E que mais ninguém cometa

Maus-tratos sobre as crianças.

 

Rama Lyon

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:11  ver comentários (7) comentar

17.3.09

Ser sempre criança

 

Hoje e sempre quero ser criança.

Quero emanar esperança,

Em cada passo que dou.

Quero voltar a ser só sonho.

Ser criança, ser  magia,

e ser noite.

Sem nunca deixar de ser dia.

Espelhos.

Esses velhos rivais da beleza.

Esses reveladores de tristeza,

que parecem não acabar.

E as memórias.

Oh, essas velhas histórias.

Essas verdades risórias,

de tudo que ainda sou.

Espelhos que traem memórias.

Fazem o corpo crescer.

Mas a criança, essa nunca esquece.

O que não quer esquecer.

Ser criança?

Para alguns, recordações,

pedaços de uma verdade esquecida.

para mim,o resto da vida!

                                            Pedro Serra

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:35  comentar

14.3.09

“Baloiço”


Empurrei-te o baloiço, para a frente, para trás,
Tinhas asas, eras pássaro, cometa, avião!
Balançavas como se fosses capaz
De tocar no céu com a tua própria mão!

Na praia eras barco, submarino, peixe, sereia,
Quando te vi, em mergulhos, partir à conquista do mar!
Golfinho entre a espuma das ondas a saltitar
Até terra firme, onde rebolavas na areia!

Quando correste sem parar atrás da bola no relvado,
Eras avançado a marcar golo da vitória!
Quando, à noite, te contei uma história,
Tornaste-te rei, um grande herói, príncipe encantado!
Resgataste a princesa do tirano malvado,
E viveste feliz para sempre!

Mas quando te peguei ao colo, eras pequenina novamente,
Aninhaste no meu peito, quiseste saber de tua mãe,
Um anjo caído mesmo à minha frente,
A quem eu, admirado, perguntei:

“O que és tu, afinal, linda criatura,
E com que contagiosa esperança
Brincas, corres e saltas com prazer?”

Foi quando me encaraste cheia de ternura,
E sorrindo, respondeste: “sou criança,
Por isso, posso ser o que quiser!”



                                                                                      Flipkosta


link do postPor poesiaemrede, às 00:07  ver comentários (5) comentar

11.3.09

Salta, salta, sapo rabugento,

Energético a disfarçar o teu desalento.

Coaxa, coaxa a tua dor,

As tuas verrugas são puras provas de amor.

 

Na noite quente cantas pachorrento,

A embalar meu peito sonolento,

Sapo enrugado dos contos de criança,

De príncipe não te vislumbro semelhança.

 

Sapo de tudo, sapo de nada,

Sapo de terra, sapo de água,

Sapo de nadar, sapo de saltar,

Farto de pensar, sem saber como respirar.

 

Sapo de fabulação, sapo de empirismo,

Sapo de esborrachar, sapo de cinismo,

O bicho é afinal, a raiz de todo o mal.

A humanidade não lembra mais

A metamorfose que teu corpo traz.

 

Autor: Klapausius

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:27  comentar

10.3.09

Mestre menino

 

Da saudade de intrínseco ser de algo,

Da sede do provérbio de não ter nascido, ainda.

Da vida que, por já ser, é certo que quase finda,

Salva-me, salva-me, mestre.

Tu, meu senhor menino, que, com vontade, te salgo

O pé descalço, o riso, a frescura campestre.

 

Sabes tanto mais que eu, por saber eu tão demais.

Sabes ao sabor do mundo, queres o céu até cima,

Enfastias do infinito no instante de uma rima.

E eu exaspero e acuso, cá em baixo no sopé,

Ansiando pelas forças ancestrais,

Pela universal verdade do “Quem diz é quem é!”

 

Já vi bem mais com os diamantes dos teus olhos,

Já ensinei a muitos outros essas asas de papel.

Não sei como, foi sem querer, mas não lhes fui muito fiel,

Cresci. Chega agora de crescer, de só sonhar as coisas belas.

É a hora de ser livre, é o tempo dos desfolhos.

É a hora, mestre menino, de voltarmos a dançar com as estrelas.

 

 

Miguel de Miguel

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:42  ver comentários (3) comentar

Parece que és bruxa


Se pegas na vassoura e aspiras
a voar pelos ares…
parece que és bruxa! Parece que és bruxa!

Se o céu está escuro e tu adivinhas
que não vai chover…
parece que és bruxa! Parece que és bruxa!

Se a dor de um amigo também tu a sentes
e não és indiferente…
parece que és bruxa! Parece que és bruxa!

Se me olhas nos olhos e estás mesmo a ver
o que me vai na alma…
parece que és bruxa! Parece que és bruxa!

Parece que és bruxa mas és só…
criança

e queres ter direito a sonhar;
a brincar um pouco mais no jardim;
a contagiar os outros com a tua alegria
e a nunca pôr limites à esperança…

parece que és bruxa mas és só…
criança.

 

João Alberto Roque

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:40  comentar

O Menino que Voava

 

 

O Menino, corre, corre, corre

Esconde, salta, empurra

Canta, dança, grita

Fala, cala, apanha

Corre, corre, corre

 

Chora, ri, imita,

Desenha, rasga, tenta

Sonha, dorme, acorda

Corre, corre, inventa

 

E leva a mochila que é pesada

Pézinhos molhados

Correndo na estrada

Sacode o caminho

Caminho deserto

Debaixo do sol

Sozinho correndo

 

Já perto da vila

Mochila pesada

Que pesada carrega

Pousa-a no chão

Sobe o escorrega

 

Já é meia lua

Já é meia hora

Corre, corre a rua

Corre, corre agora.

 

 

Joana Espírito Santo.

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:37  ver comentários (2) comentar

8.3.09

Tu… Menino

 

Tu

Menino de caracóis

Loiros como o sol

Olhos azuis de céu

Sorriso cristalino do mar

Tu

Menino que corres pelos campos

Que voas nas asas do vento

Que sonhas nos braços das nuvens

Que acreditas na vida e nos sonhos

Tu

Menino que tens um coração

Cheio de amor e paixão

Que distribuis sorrisos eternos

E abraços cheios de ilusão

Tu

Que sabes o que queres

Que acreditas no que podes ter

Que lutas pelo que queres viver

Que enfrentas a vida sem medo

Tu

Menino que amas

Que acreditas e vives

Muda o Mundo

Muda a Vida

Muda a Esperança

Com a palma da tua mão

Pois nela tu guardas

O maior tesouro do Mundo

A tua inocência

 

Lena

 
link do postPor poesiaemrede, às 00:01  comentar

7.3.09

menina

 

menina que lês o livro de estudos

sentada à mesa nesse banco de madeira

tu

sim

menina

és mais livre que a liberdade

livre

porque enquanto lês sorris candidamente

com o pensamento a vaguear lá por fora

a subir montes

a molhar os pés nas poças

a trepar às árvores do pomar

a saltar à corda com outras como tu

livre

porque o mundo é o que a tua imaginação quer que seja

e tu

podes sorrir nos dias de chuva

podes chorar se faz sol

podes tudo

e tudo é o teu voar de mansinho sobre cada frase

pousando calmamente nas letras que escolhes sem saberes porquê

sê livre

pinta um sorriso no sol do dia-a-dia

faz uma lua no meio das estrelas

e canta bem alto essa cantiga de faz-de-conta

 

 

dm

 

     

link do postPor poesiaemrede, às 02:02  ver comentários (2) comentar

Título: "Raio de Sol"



Flor que desabrocha,

 

raio de sol que tudo ilumina em seu redor…

 

Inocência tão jovem… tão bela…

 

Não cresças, eterna criança!

 

Fica para sempre presa nos laços da infância,

 

sobre as estrelas do teu céu…

 

Deixa que a luz desponte em ti,

 

que o vento sopre orgulhoso no nosso jardim:

 

“Nasceu uma nova flor…”




                                                                     Joana Assis


 

link do postPor poesiaemrede, às 01:57  ver comentários (2) comentar

4.3.09

                 CRIANÇA
 

Doce sorriso, alegre indagar,
Olhos perdidos,
Sempre a buscar.

Atos sensatos, atos impensados,
Atos sem porquês,
Na busca de entender.

Amarga tristeza
Ao ver, adultos, que não compartilham
Deste doce sorriso e alegre indagar.

Ah , criança ..., doce sorriso, alegre indagar,
Olhos perdidos,
Sempre a buscar, que há de encontrar?
 

                                                                  Marco Antônio Dib

link do postPor poesiaemrede, às 23:46  comentar

Atrás
 
Afundado num mar de esperanças,
ouvia alegremente a minha voz de criança
com sonhos, brincadeiras, risos e alegrias,
perdidas no tempo onde a magia existia.

Foram risos ternurentos sem malícia
melodiosos como pássaros que chilreiam no campo
à espera de um sitio de mil encantos
onde se respira o cheiro do cravo de abril*

Campos verdes onde reina a harmonia
de sentidos, verdades, amores e alegrias
com caminhos sinuosos, pedras e obstáculos
que fazem da vida um grande espectáculo
 
Javier Santos
 
*fig.,
idade da alegria e da inocência;
mocidade (nas acepções figurativas grafa-se com inicial minúscula).
 

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:43  comentar

2.3.09

           Menino do papá

 

 

Condói-me teu olhar travesso

Quando vou à luta descontente

Mas, teu fácil sorriso no regresso

Faz-me crer que ainda sou gente.

 

Neste mundo torcido e cruel

Que feliz arrastas com um cordel,

Queira o devir ser-te só felicidade,

Abracinhos fofos desinteressados,

 

Memórias, bons momentos passados

Numa terra fantasista sem idade.

Aí, nessa linda casa dos porquês,

 

Recreio sob a abóbada celeste prometido,

Onde a verdade é a imagem que vês,

Tudo vale, mesmo quando é fingido.

 

Gustavo F.

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:05  comentar

1.3.09

 PARA SEMPRE

 

Vejo um sorriso enternecedor,

Que me mostra a beleza do eterno amor!

Ouço uma voz doce a querer cantar,

Já que não existe a preocupação de falhar!

Sinto a inocência pura de quem sabe brincar,

Tudo em seu redor é bom para festejar!

 

Sabe bem ter estes sentidos,

Fazem relembrar todos os momentos já vividos!

Sem dúvida me levam a crer,

O quanto vale a pena uma pessoa viver!

Mas pergunto-me se todos pensamos assim,

Mesmo sabendo que o tempo passa e tem um fim.

 

A procura pela resposta vai continuar,

Mas algo de certeza eu sei!

Continuo a sorrir, a cantar e a brincar,

Já que de ser criança nunca me cansei.

A base da resposta descobri eu agora!

Ver, ouvir e sentir como criança, jamais irá embora!

 

 

 

 

Inês Correia

                                                                                 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 11:33  ver comentários (2) comentar

28.2.09

CINCO ANOS

 
Vai, conquista a tua ilha de invenções
que fica em qualquer sítio e não tem fim,
herói, enfrenta tigres e leões,
piratas escondidos no jardim.

arrasta o tempo na sua quadratura,
da idade de tudo descobrir,
arma-te cavaleiro ou criatura
que do futuro, um dia, há-de sair.

grita em cima da mesa da cozinha
ao dinossauro que há para colorir,
com a espada que trazes na bainha

descosida das calças, esgrimir,
prende as forças do rei ou da rainha,
mas deixa-os livres, antes de ir dormir.

 
                                        Peter

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:55  ver comentários (1) comentar

27.2.09

“Sei que me esperam espinhos por detrás das rosas”.

Ai das crianças que haverão de nascer.
O destino existia para nós.
O destino existe para elas.
Amanhã o céu estará mais empoeirado e cinza.
Inclusive para nós: os poetas.
E amaremos mais amargamente que antes.
Os casais não se olharão nos olhos.
Ai das crianças, que haverão de nascer.
Nascerão com as mãos cortadas ou empunhando pistolas.
Nascerão com o destino selado.
Meninos escravos de homens.
As guerras proliferarão.
O ar tornar-se-á mais pesado.
As trombetas anunciarão a hora do sangue e da disputa.
Os desejos estarão inertes.
As belezas ocultas. Por debaixo das pétalas, espinhos.
Os poetas estarão todos mortos.
E a única canção será das guerras.
Este é meu último poema.

Valdelice Amado

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:30  ver comentários (1) comentar

25.2.09

“Tudo muda…”


Tinhas amêndoas no olhar e um estrelado sorrir

Mente pura, e candura, de quem não sabe mentir.

A bela infância passa, seguiste uma nova estrada

Sais da antiga ignorância, e queres voltar à vida passada.

 

“Criança” perdida nas ruas, vagueando para além

Bastarda filha de nada, filha de ninguém.

Cantaram-te ao ouvido doces canções de embalar

Doces memórias perdidas que nunca mais ouviste cantar.

 

Saudade guardas agora de tempos que foram diferentes

Tanta coisa por dizer, perdidas paixões ardentes.

Usada pela vida e logo a seguir deitada fora

Vida maldita que te iludiu numa infância de outrora.

 

Hoje, já não há amêndoas no teu olhar

O teu sorriso já parou de brilhar

Tudo mudou tão de repente…

 

Voltaste as costas e seguiste

Para trás, a saudade persiste

Mas simplesmente olhaste em frente!

 

Xilofone ainda toca baixinho as doces canções de embalar

Zumbidos agora distantes que jamais irão voltar…

 

 

Vânia Furet

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:55  ver comentários (3) comentar

O mundo das crianças

Infinito... O mundo das crianças;
O nosso é restrito... redondo e
com formas.
O dos meninos, criaturas bizarras,
amorfas.
O nosso é insípido.
A repetição do sabor torna-o sem sabor.
O mundo das crianças não tem dor.
Vivem as crianças, paralisadas em seus sonhos;
entregues ao torpor.
Em seu mundo não há dor... só dor de dente, o pé
inchado, uma febre que passa.
Nós adultos temos tantas dores:
de cotovelo, coração, no corpo e na alma.
Um barquinho de papel numa poça d’agua...
e lá dentro navegam as crianças.
Uma pipa no céu é seu avião... Opa! Aquela se perdeu
num súbito turbilhão.
Já começa a enxurrada... mares se fazem em poucas
gotas d’agua, mergulham em busca de tubarões.
e em poços d’agua, vivem... eternizam a tarde.
    

 

Autor: Roger Amado Veloso



link do postPor poesiaemrede, às 23:52  comentar

CRIANÇAS DA GUERRA
 
 
ENTREGAM-TE UMA ARMA PARA AS MÃOS
ESSES INDIVIDUOS QUE SE DIZEM SENHORES
FAZENDO-TE À FORÇA E À PRESSA CRESCER
NUMA GUERRA FRIA QUE NEM SEQUER É TUA
VIVES A TUA INFÂNCIA DE MEDOS E TERRORES
POIS ELES NÃO QUEREM E NÃO TE DEIXAM SER
AQUILO QUE SÃO OUTROS IGUAIS DA TUA IDADE
ÉS VITIMA DE TODA ESSA GENTE DA HIPOCRISIA
QUE NÃO TEM ALMA NEM SEQUER CORAÇÃO
NÃO QUEREM SABER SE ÉS APENAS UMA CRIANÇA
ESTA É QUE É A MAIS CRUA E PURA VERDADE
LEVAM-TE A PERCORRER UMA GRANDE DISTÂNCIA
PASSAS SEDE, FRIO E MUITAS VEZES FOME
POR CAUSA DE TODA ESSA IMENSA GANÂNCIA
DE TODOS ESSES SERES DITOS DE HUMANOS
QUE FAZEM TUDO POR CAUSA DE DINHEIRO
ESQUECEM-SE É QUE AGINDO DESTA MANEIRA
ESTÃO A PÔR EM CAUSA A TERRA INTEIRA
POIS É EM QUALQUER PEQUENA CRIANÇA
QUE EXISTE PARA NÓS A GRANDE ESPERANÇA
DE UM MUNDO JUSTO E CADA VEZ MELHOR
                                                                                          
 
                     
                                                              AUTOR : PEDRO ALFAIATE

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:49  comentar

23.2.09

 

DORME, MENINO TRISTE

 

Sozinho junto à praia,

um menino descalço brinca.

Tão sozinho, sobre a  areia...

Expressão triste, olhos molhados.

Inquieto, liberta a fúria que traz na alma, correndo

como quem busca e não alcança.

Escuta o vento sibilar,

observa perplexo o encanto do mar,

e, soluça com grande pesar,

de voz rouca e mansa.

- Onde vais  tu menino triste?

- Que procuras que não encontras?

Mas o menino não responde,

apenas chora e corre...

Mais tarde já cansado,

seu corpo mole cai sobre a areia,

fecha os olhos e dorme.

Sozinho junto à praia,

um menino descalço e triste,

já não brinca, já não corre, já não chora, dorme...

 

 

Andreia Lourenço

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:01  comentar

21.2.09

Íris de arco-íris

 

 

 

Sublimação...

 

Alvo o teu rosto

 

Íris de arco-íris

 

Cor negra do estrelecer

 

Branca de flor de sal

 

Indígena

 

Olhar de amêndoa pequenina

 

Tens a raça do que eu sou

 

Num corpo de esperança

 

Que o mundo fingiu querer

 

Olhos de nascer

 

Criança…

 

Mas tão pouco...!

 

 

 

Ausenda Hilário

 

link do postPor poesiaemrede, às 03:45  ver comentários (1) comentar

 

Olá Miguel.

 

Era uma vez...Um mar. Sabes do mar?

Então... eu vou-te contar.

 

Um dia, daqueles em que o sol parece beijar o céu,

Cansado, estendi-me num sonho, e olhei nos teus olhos.

Brilhavam. Soltavam ondas de luz que rolavam em caricias.

 

E, do fundo da beleza do teu olhar de menino, saíam brisas

Que juntava, uma a uma, até fazer um vento que afagasse o teu cabelo.

 

Do azul dos teus olhos, colori as lágrimas que deixo correr

Da emoção de te ter, da paixão de te ter ao colo,

Do teu cheiro a vida nova misturada neste amor antigo.

 

E assim fiz um mar, e dei-lhe um nome e um lugar;

Miguel, numa praia imensa do tamanho do meu amor.

 

 

Autor: Ricardo Silva Reis

 

link do postPor poesiaemrede, às 03:41  ver comentários (9) comentar

20.2.09

 

Meninos da Rua
 
Meninos que têm o Mundo no olhar,
sonhos adormecidos sob a luz do luar,
lençóis feitos de chuva, de frio e de vento,
cobertores tecidos com mágoa e sofrimento.
 
Meninos que têm a cidade na sola do pé,
coração perdido que não sabe quem é,
conta corrente feita na palma da mão,
conta poupança para água e para pão.
 
Meninos adultos que não foram crianças,
desgostos que nunca foram esperanças,
desilusões de uma vida sem sentido,
meninos de rua neste Mundo perdido.
 
Meninos que têm nos olhos a mágoa,
tristeza em forma de leves gotas de água,
sonhos que adormecem à luz da lua,
rostos esquecidos dos meninos da rua.
 
Meninos sozinhos que são filhos do vento,
carinhos que nunca tiveram um momento,
meninos que fizeram da dor a sua mãe,
meninos que só têm a rua e mais ninguém.
 
Hisalena
 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:38  ver comentários (1) comentar

17.2.09

MÃE ADMIRÁVEL

 

Obrigado mãe por me carregares no teu ventre;

Por dares à luz o filho que beijaste à nascença.

Que embalaste no teu regaço, cantando hinos de amor.

Obrigado mãe por tirares da tua boca o pão que me alimentou;

Por curares minhas feridas com as tuas mãos divinais.

Por me cantares ao ouvido quando a noite era medonha.

Obrigado mãe por me ensinares a ser gente.

A saber amar, oferecer, perdoar;

A sentir no meu coração o valor da simplicidade.

Obrigado mãe pelos sacrifícios que tomaste.

Pelos brinquedos, pelo ensino, pela saúde e pelo modelo de criança.

Perdoa-me mãe pelas minhas más atitudes.

Pelas respostas amargas e frias que disse sem pensar;

Pelas lágrimas que escondeste fingindo estar tudo bem.

Perdoa-me minha mãe por humilhar-te sem me dar conta.

Por ignorar-te, esquecer-te, abandonar-te ao sentir-me um sábio fraco.

Por te ver silenciosa e triste e não ter tempo para te ouvir.

Perdoa-me por ser infiel;

Por ser filho desnaturado, esquecendo a tua existência.

Por não te abraçar, beijar e falar quando o momento o exigia.

Aceita mãe o meu perdão.

O meu arrependimento e o meu sorriso de agradecimento.

Obrigado mãe, pelo teu verdadeiro amor.

Pelo carinho doce e humilde que brota do teu coração;

Pelo sorriso, aberto, maduro, que jorra do teu olhar.

Pelas palavras imaculadas que os teus lábios soletram baixinho.

Obrigado minha mãe por estares sempre a meu lado.

Por seres a razão da minha vida e a força de ser quem sou.

Também a Deus agradeço esta oferta familiar: MÃE!

 

Jorge Barroso

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:01  comentar

14.2.09

O Mundo pelos olhos de uma criança



Sou aquele pequeno anjinho,

Que procura gozo entre brincadeiras e risadas,

Sejam elas impróprias, inocentes ou ousadas,

Esperando em cada gesto, carinho.

 

De olhar terno, meigo e penetrante,

Timidamente sorrindo, sorrindo, vivo no Mundo que é só meu,

Aquele onde todos os meninos têm pai e mãe, tal como eu,

E onde a fome e guerra não são inquietantes.

 

Traz um amigo e vem brincar ao faz de conta,

Faz de conta que subsiste paz no Mundo,

Que a pistola se calou num sono profundo,

E que o Mundo não é liderado por gente tonta!

 


PS: Stormwind  / Eduardo Silva

 

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 13:04  comentar

Crianças da minha alma

 

São aquelas as melodias que me invadem,

Aqueles sorrisos e olhares, aquela esperança

Momentos que se tornam horas,

Aqueles momentos mágicos, divinos

 

Meus olhos se prostram a vossos pés,

Vossas mãos me tocam no rosto, suavemente,

Ouço ecoar um suspiro que vem de mim,

Meu ser se vai enchendo de esperança,

Vossas mãos me vão guardando assim,

Vossos sorrisos me preenchem por dentro.

 

Vossas mãos me guiam para o que não consigo ver

Lá está ela, uma pequena beleza de magia e de luz,

Uma doce borboleta que vocês que mostram,

É aquela divina magia que me seduz,

Vossos olhares aos meus se encostam

Talvez fosse melhor esta força vossa,

Esperanças de magia no meu viver

 

 

Sofia Duarte

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:26  comentar

12.2.09

Crianças:

 

Irmãs do azul,

Manhãs,

Mundos estrelares,

Diamantes

Do fogo sempre amantes.

Elas –

Sim, elas são as crianças

Que liberam o amor

Para tudo banhar.

Elas –

Sim, elas são as crianças

Que tocam o essencial

Soltando

Substâncias

De milagre no sorriso

Da Humanidade…

 

 

Gilda Nunes Barata

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:04  ver comentários (1) comentar

Eterna criança…

 

Por entre olhares rancorosos de uma multidão em fúria,

Por entre ruas, escadas e caminhos de terra,

Um olhar de sofrimento surge

Oculto por roupas velhas

Que deixaram há muito de ser o presente desejado.

 

Reencontro novamente os teus olhos

Que já nada me dizem, já nada me revelam.

Saber que tanto te amei,

Que tantas noites perdi chorando no silêncio da escuridão

Na ânsia de assistir à impossível repetição de nossos actos.

 

Por entre olhares discretos e lágrimas escondidas

Prometemos enquanto crianças

Nunca esquecer o amor que nos unia…

Oh, eterna ingenuidade de quem vive num mundo de quimera.

 

Enquanto adultos,

Esquecemos a pureza que os nossos corações conservavam,

Perdemos a inocência que habitava nossas almas,

Desprezámos a maior parte dos ensinamentos que nos transmitiram

Achando conseguir, sozinhos, escolher os caminhos certos.

 

Esquecemos que fomos crianças, que ainda somos crianças,

Esquecemo-nos de viver o presente porque não abandonamos o passado,

Porque pensámos demais no futuro.

Hoje, escolho o caminho da felicidade, pois

Com este corpo de adulto, coabita uma alma de criança,

Uma eterna criança que sempre me lembra

De nunca parar de sonhar…

 

Diana

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:02  ver comentários (7) comentar

Juntam-se todas as cores e fazem-se risos

Que não se cansam e nem adormecem

Faltam promessas que não amanhecem

Lambuzam-se olhares que ficam cativos

 

Olhares que brilham ainda sem sisos

Enquanto os adultos, todos, endoidecem

Enquanto as esperanças, todas, desfalecem

Mesmo com tantos, ai, tantos avisos

 

São empurradas para um incerto futuro

Por mãos que não deviam sair do leme

Distribuindo amor, carinho e certezas

 

Mas caminham ignorantes rumo ao escuro

Não acreditando que alguém as algeme

São apenas crianças, não têm impurezas

 

Nicácia

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:55  comentar

11.2.09

 

Não, hoje não tenho tempo para brincar contigo.

E não sei explicar, por palavras,

Ao teu pequeno mundo,

O significado de um dia ter corrido mal

Porque os teus dias são cheios de descobertas,

De aventuras, de brinquedos

Que te segredam sonhos.

Não te consigo dizer o que é estar cansado,

Quando corres para mim de braços abertos

Com um sorriso nos lábios

Porque tu corres e brincas e pulas

E a energia, em ti, parece que se renova.

Como te explicar que hoje estou sem paciência

Para as tuas birras ou para as tuas brincadeiras?

Quero dizer-te por palavras

Aquilo que não vais entender.

No fundo, queria ser como tu,

Habitar esse teu mundo de porquês e de fantasia.

Poder ser de novo criança e,

Brincar contigo o dia inteiro.

 

Paulo Eduardo Campos

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:28  ver comentários (5) comentar

 

Corpo de leite

 

Brinca naquele corpo de leite

Que pula calçada fora

De sorriso enérgico e rasgado

Enquanto desenha os sonhos

Com coloridos lápis de cera

 

Corre gingando pelo saber

Alegre e de mochila às costas

Baloiçando entre verbos e matemáticas

Exercitando o crescer

Ao som do chocalho dos berlindes

 

Pinta as roupas rotas nos joelhos

De tons relvados e lamacentos

Espelhando tropelias e diabruras

Rejuvenescendo os rostos dos avós

 

Naquele corpo de leite…Ele é feliz.

 

João Manso

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:24  ver comentários (4) comentar

10.2.09

Destino

 

Esta noite sonhei,

Era algo confuso,

Ao certo não sei,

Estava meio difuso.

 

Via uma criança

Com uma espingarda,

Veio-me à lembrança

Uma foto mal tirada.

 

Mostrava um menino

Com uma arma na mão

E de sorriso genuíno.

 

Acordei sobressaltado

Com esta minha visão.

É este o destino traçado?

 

 

FrancisFerreira

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:31  comentar

Carlota

As folhas espraiavam-se-lhe no olhar
As bonecas bailavam-lhe nos caracóis
As mãos pequenas, o coração graúdo...
Sentava-se na relva cinzenta,
Rebolava-se para a colorir...
Carlota não sabia
Para cores somente teria de sorrir.
Que eram vernizes brilhantes
As notas de cada cantiga sua
Carlota ciciava a todos o tamanho da sua altura
Baixa, não pequena.

Carlota era feita de açúcar.



Vicente Queiróz

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:30  comentar

Baloiço

 

Em cada segundo

Do balançar da vida

Do bombear da alma

Tudo muda…

 

Cada instante é uma descoberta

Os dias são a aventura

Os meses tornam-se aliados

É o crescer da mudança!

 

A pressa é tanta

Ainda que o tempo pare

Tudo avança… E…

Eis o Homem que ontem

Era Criança!

 

O tempo avançou

O corpo mudou!

Resta a esperança

De ser eterna criança…

 

Luana L.

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:26  comentar

6.2.09

Ser-se criança
é ser-se impertinente,
é ter a esperança
de um ser inconsciente.

É gritar à toa
batendo com o pé no chão,
um verso de “Pessoa”
que ficou no coração.

É não saber viver
apenas por um dia
é ser-se contente, conhecer,
uma imensidão de alegria.

Ser criança é ser poeta,
um vagabundear feliz,
é andar de bicicleta
é ser-se o que Deus quis.

É contar pelos dedos
para depois esquecer,
ter tremendos bocejos
e depois adormecer.

Assim, na vida dos cultos
onde andamos aos encontrões
respiramos como adultos,
crianças de outras gerações.

Soraya Cruz

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:01  ver comentários (3) comentar

30.1.09

Criança, vem embalada, vem
Faz do teu mundo o brinquedo
O carrinho que rola sem medo
Em direcção aos braços da mãe
 
Por baixo da almofada, voa
Com a fada que te guia
Não sigas as estrelas à toa
Pois amanha será outro dia...

 

Tu podes ser tudo! Cavaleiro
Príncipe, ou até super-herói
Com a espada rasga este nevoeiro
E esta saudade por inteiro
(Que um dia verás que dói)
 
Mas por agora, só por agora
Sonha e vive, para além de mim
Parece que o tempo não vai embora
Quando as brincadeiras não têm fim..
 
E ao olhar-te, minha criança
Nesses olhos soltos de menino
Vejo a mesmissíma esperança
Com que eu olhava de pequenino.
 
José Correia

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:18  ver comentários (6) comentar

26.1.09

Apenas Crianças

 

Duas pedras preciosas,

Com os olhitos a brilhar,

Duas crianças amorosas

Que ainda nem sabem gatinhar.

Dois botões a florescer

Que o futuro viu nascer!

 

Feições únicas, bem marcadas,

Narizitos tão diferentes,

Boquitas bem desenhadas,

Sorrisos doces e inocentes.

Dois meninos tão desejados,

Tão pequeninos, mas tão amados…

 

Já os vejo a correr atrás da bola,

Traquinas, felizes, cheios de vida,

Já os vejo a caminho da escola,

Enquanto penso em tanta criança perdida.

Tanta criança abandonada,

Sem pão… sem nada…

 

Crianças que crescem sem amor

Que pedem algum consolo,

Crianças que só conhecem a dor

Que procuram o carinho de um colo.

Crianças que são apenas crianças…

Em quem depositamos tantas esperanças!...

 

 

Dina Rodrigues

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:55  ver comentários (7) comentar

                                      A CRIANÇA JESUS


Vê, Belém, já chegou o grande dia!
A terra estava prenhe de ansiedade,
E tu, sorrindo de felicidade,
Como previra antiga profecia.

Anjos cantando, um quadro de alegria
Naquela gruta com simplicidade;
Numa criança, toda a divindade
Sob os cuidados ternos de Maria.

Sem conforto nenhum, embora Rei,
O Menino chegou, trouxe esperança.
Fala, Belém, pois explicar não sei,

Pois pra selar aqui nova Aliança
Tornando inteligível a Sua Lei,
O próprio Deus quis ser uma criança.

                                                                   Gílson Faustino Maia

link do postPor poesiaemrede, às 23:47  ver comentários (2) comentar

25.1.09

Há algo de belo


Há algo de belo em alguém que morre novo,
E nada da beleza está na morte.
Pelos cantos putrefactos do que vejo
Vejo mais, que a vida que se acaba, antes do tempo,
(há lá tempo para qualquer vida se acabar?)
Tem algo de belo nela, nesse suspiro, nesse findar.
Um romantismo estéril e moribundo,
Do que acabou antes de vir a ser,
E a ignorância do que seria,
Evitando a decadência do lento deixar de ser.
E é triste, e é belo, e emociona-me
O arder e o apagar independente
Da vontade ou desejo do portador,
Apenas por significar o que significa:
Menos o fim de uma esperança infinita num tempo finito,
Menos uma cortina a separar o tudo do nada, e do menos que isso,
Menos uma alma incompleta à espera de o descobrir
(completa por isso)
Menos um resfriar lento e comedido, para não parecer mal,
Mais um suícidio em nome da eternidade.
 
O medo. O medo. O medo.
Perde-o.
Agora ou depois, ardendo ou apagando,
Criança com tudo ou acabado com nada,
Perde-o.
Só te resta a morte.


Pedro Leitão

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:09  ver comentários (21) comentar

24.1.09

 


Ser pequenino é um mimo!

Os dias são enormes
"Bom dia alegria!"
Uma voz poderosa chama
"Está na hora de acordar!",
"Toca a levantar!"
"Chega já de preguiçar!"
A custo, lá pestanejamos
Um banhinho tomamos
E os dentinhos lavamos
"O pequeno almoço está na mesa!"
...há que aligeirar...
Que o caminho da Escola é longo!
Puxa vida e já almoçamos!
Não falta tempo,
Falta preocupação,
Dos Grandes que lutam e ganham tostão.
Nós entre tantos... estudamos!
Chegando a casa, lanchamos.
Joga-se a macaca e ao berlinde
Com playstation  e com Barbie
Estudamos?!....
Um banhinho tomamos
E os dentinhos lavamos.
Jantamos.
A Tv espreitamos
Pedimos colo e um conto,
Um chi-coração...
Embalamos...e..."
"boa noite"!
... volta tudo ao inicio!


André Manuel

 

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 20:01  comentar

As crianças

 

Olham páginas em branco

E avistam cor.

Refugiam-se de baixo de um manto

De carinho e de amor.

 

Deslocam-se em bicos de pés

Quando querem uma carícia

E lutam contra ventos e marés,

Lealmente, sem malícia.

 

Pintam paredes de sonhos

Com a tinta da imaginação.

Possuem corações medonhos

Mas que cabem numa mão.

 

São a alma do futuro

Vindas de um passado recente.

Ainda não têm um espírito maduro.

Mas o alcançarão, calmamente.

 

Percorrem caminhos de descoberta

Sem os pedirem a ninguém.

E, porque a vida não é certa,

Por vezes, tratam-nas com desdém.

 

Ainda muito haveria para contar

Sobre os caminhantes desta faixa etária.

Mas, tal como eles, vou brincar

E pousar a caneta na secretária.

 Sílvia Gonçalves

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:56  ver comentários (3) comentar

22.1.09

As flores e as cores

 

As flores são como as cores

Lindas e divertidas.

De várias espécies e feitios

Até das mais atrevidas.

 

Trazem recordações

E fazem lembrar canções.

Abrem corações

E criam muitas paixões.

 

O vermelho lembra o amor,

Mas também faz lembrar a dor.

E existem várias flores,

Desta cor.

 

O verde lembra a esperança

E o brilho da erva.

O azul faz lembrar o mar

Para onde quer que nos leva.

 

O amarelo lembra o Sol brilhante

E as pessoas elegantes.

O rosa lembra a cor,

Mas também a flor.

 

Existem várias cores

Todas com a sua característica,

Aprenda o seu significado

E seja mais ambientalista.

 

 

Telma Branco

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:17  ver comentários (8) comentar

                        PERIGO
 
 
Vi uma garota dormindo
num sono puro de criança
vestia short e camiseta
suja e sem etiqueta
 
Simbolo concreto do menor carente
além de tudo era deficiente
faltava-lhe o pezinho esquerdo
senti vontade de acordá-la
mas tive medo...
Medo e insegurança
não daquela humilde criança
mas de não ter o que lhe ofertar ou para onde levar
A um hospital? A um conselho tutelar?
Se na verdade ela precisa é de um lar
 
Vi uma garota dormindo
exposta aos olhos de quem por ali passava
todos tinham um lugar a seguir um horário a cumprir
mas aquela criança não tinha sequer onde dormir...
 
Vi uma garota dormindo
não era apenas um sono infantil
era um sono sem esperança
e ainda dizem que as crianças são o futuro do Brasil...
Crianças que dormem nas ruas ,
sem cobertor e sem abrigo
Acorda Brasil!
que seu futuro estar correndo grande PERIGO!
                            
                          Lenice Ferreira
 

link do postPor poesiaemrede, às 00:15  ver comentários (3) comentar

20.1.09

Um Sorriso

Ela sorri, como se fosse a vida
Contemplando as miragens da paixão.
Serena e infantil, quase perdida,
Uma criança fita a solidão.

Num sorriso, estilhaça a escuridão,
Doma as feras da noite indefinida
E planta no vazio de um coração
Um sorriso de esperança renascida.

Ela vive nas asas da memória
Como um futuro arrancado da história
E transplantado em terra abandonada

Para florescer em rosa fascinante,
Sorrindo aos olhos da noite brilhante
Como um hino nos céus por sobre o nada.

                                              Carla Ribeiro

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:46  ver comentários (7) comentar

          

      Hoje é dia de festa
 
  Hoje é dia de festa
  Pois em um rostinho lindo
  Um sorriso me encantou
  E em seus olhinhos a me olhar
  A pureza me mostrou
  E levou-me a voar
  Como balões coloridos
  Quando leves toques
  De seus dedinhos
  Fez-me flutuar.
 
  Hoje é dia de festa
  Uma grande festa
  Quando a contemplar
  A doçura multiforme
  De uma coisinha
  Tão simples, meiga e grandiosa
  Que me faz amar, sonhar e confiar...
 
         Terezinha Guimarães

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:40  ver comentários (10) comentar

 

A bola da Rita rebola, e rola…calçada fora…
Rebola e saltita, calçada fora, por sobre os lancis,
Por sobre os beirais, calçada abaixo, por meio dos quintais
E ei-la que espreita e agora se esconde
A bola da Rita rebola, rola, saltita e gira, rodopia
Sem parar, qual piáo, qual corcel, atira-se ao ar
E salta outra vez, agora que sobe aquela ladeira
Deixa-se cair, rola, rola, rola sozinha, sempre a andar
Agora se esconde, já quase perdida, já quase a parar
E a Rita cansada, calçada fora, calçada abaixo,
Ladeira acima, ladeira abaixo, corrida sem fim, até sufocar
Quem dera que a bola parasse enfim,
Enfim cansada, sem fintas nem nada, que fosse parando,
Devagarinho, esperando pela Rita, que corre, se corre!
E agora, onde está? Passou os quintais, saltou dos canteiros,
A bola da Rita não pára, não quer, sem esperar saltita e
A Rita grita:« Ai bola malandra, não fujas de mim!»
Mas a bola rola e rola, rebola e pula, fintando a Rita,
Que sempre a correr, sempre a saltar, persegue a bola,
A sua bola, que chegou à estrada, sem medo de nada,
Matreira e rápida, num instante se some, rolando, rolando
Até ao cais, pertinho dos barcos, juntinho à amurada
E a Rita sem fôlego, quase a apanhá-la, quase a chegar
Ao pé da bola, ao pé dos barquinhos, e agora um ventinho;
Um vento de nada, que sopra mansinho até à amurada
E a bola que esperava, agora parada, que a Rita a levasse,
Em menos de nada, se deixa embalar na brisa da tarde e
Adeus, Rita, que o rio me chama: eu vou viajar,
Um dia quem sabe, se tu me quiseres, eu vou voltar,
Se o mar me trouxer e tu, então, quiseres me agarrar

Cálice

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:37  ver comentários (15) comentar

18.1.09

                            

                                 Meninas de Cristal

Narizitos cuidadosamente moldados
Boquitas alegremente recortadas
Olhos vivos de tanta vida por viver
Miniaturas de cristal
Reflexos puros
De genuinidade
De ingenuidade
Pormenores do ser esculpido
Minúcias da existência soprada
Jóias puras gemas
Peças únicas na minha vida
Preenchem de detalhes os meus dias
Por vezes sombrios os meus dias
Iluminados pela luz
Desse cristal
Abrilhantados pela transparência
Dessa inocência
Harmoniosamente pequeninas
Estas miniaturas as minhas meninas
Bibelôs cheios de graciosidade
Alegram a minha vida
Por vezes tão pouco genuína
Jóia de pechisbeque
Perdida em reflexos difusos
Esquecida da verdadeira
Importância da existência da vida
                                                             Rute Galvão

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:29  comentar

Sou Criança



Sou criança dizem eles

Nem sempre devo opinar

Tenho de fazer os deveres

Perco o tempo de brincar

Sou criança tão ladina

Sempre a perguntar porquê

Sou uma criança rabina

Que quer tudo o que vê!

Acho o mundo tão gigante

Tão maior que a minha rua

Tantos países distantes

Fica mais perto a lua?

Às vezes não gosto disto

E daquilo também não

Se faço birra e resisto

Levo logo um sermão!

Sou criança e sou feliz,

Muitos me sabem amar

Agora sendo petiz,

Sei rir, crescer e cantar!

Sou criança, eu sei bem

Mas isso é mesmo conforme

Porque em dias que convém:

"- Porta-te bem! Estás enorme!"

 


Autor : L.


link do postPor poesiaemrede, às 16:15  ver comentários (6) comentar

17.1.09

A MENINA EM MIM…

Dentro de mim há, todos os dias,
Uma menina muito pequenina
(falo muito a sério, não estou a sonhar!)
Com quem me dou muito bem,
Com quem gosto de brincar.
Não sei o que é vergonha
Por isso nunca dela me envergonho
Mesmo quando é travessa ou faz maldades.
É em mim que a trago, jamais se escondeu
E todos os dias, a todas as horas,
Sou muito mais Ela do que Eu.
As minhas meninas,
As que pus no mundo,
Zangam-se com ela,
Não sabem amá-la
E ela fica triste, chora e vai-se embora
Mas volta a sorrir mal se esqueçam dela…
E eu também sorrio,
Torno a inventá-la,
Dou-lhe dos meus sonhos,
Dou-lhe a minha voz
E enquanto viver não quero perdê-la
Ou desencantá-la!
Se esta simbiose vos não agradar,
Se acharem imprópria esta cumplicidade,
Ó senhores do Bom Senso e do Lugar-Comum,
Vão ter, queiram ou não, de a aceitar…
É ela quem me tece os dias,
Um a um!


Maria João Brito de Sousa

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:22  ver comentários (16) comentar

16.1.09
 

 

 

 

NOVA ERA

 

 

 

Homenagem à minha cidade natal,
no Vale do Aço, em Minas Gerais.

 

 

 

Minha cidade é limpa,
é verde amarela azul e branca.
Minha cidade é  pequenina
e tem rio,
tem lagoa,
tem São José da Lagoa,
tem vales e serras.
Inda ontem fui lá
e fiquei feliz:
minha cidade ainda tem crianças
brincando na rua...

 

 

 

 

 

Autor:        Remisson Aniceto


 

link do postPor poesiaemrede, às 00:50  ver comentários (9) comentar

14.1.09

 

Toda a criança é um rio

As crianças são espelhos. Erguidas, plantadas
à beira dos rios de ar do poema, que atravessam
só de o respirar. E, se me olham espantadas,
eu escrevo depois o poema onde só elas cantam.

Toda a criança é um rio
com olhos cor de safira.
E, se com elas, triste, sorrio,
é porque é nosso o canto da lira.

Não lhes peço mais que um pouco de céu
e o génio das palavras semeado no vento.
De Maia, só elas sabem o que está por detrás do véu,
sob as estrelas com os líricos olhos ao relento.

Cada criança é o seu próprio céu estrelado,
e onde vêem o Deus ao espelho, está o poema.
E elas cantam, dizem palavras: amado,
música, dedos, piano, coração, noema,

Eu sei, as crianças são paisagens atravessadas
por rios cor de pássaro. Na garganta flautas têm,
por Orfeu são as coisas mais amadas,
e o poema só começa quando elas sorriem.

pseudónimo: Gabriel Vagas

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:18  ver comentários (2) comentar

12.1.09

PARA SEMPRE CRIANÇA
 
Por mais que o tempo passe e que tudo mude
Sempre estará escondido lá no fundo a criança que fomos.
E sempre lembraremos dos momentos da infância com um sorriso,
Não este apenas dos lábios, mas também da alma.
 
Lembraremos de como eramos felizes
E que nem tinhamos noção disso...
...E sentiremos saudades...
 
E correremos de um lado para outro atrás desse sentimento...
E não o encontraremos em ninguém e em lugar nenhum,
Mas depois perceberemos que é dentro de cada um de nós
É que está o ser que nunca morre...
Que se chama: CRIANÇA.
                  
 
                           Fernanda Moura

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:35  ver comentários (1) comentar

 

"Deixa-me nascer"

Mamãe já sou criança, um menino
Ainda não percebe, deixa-me nascer.
Sou quase um nada, um pequenino
Sinto tudo e posso perceber.

Estou no teu ventre, vem me alimentar,
Cuide-se, alimente-se para eu crescer...
Minha mãe querida espere, logo vai ver,
Com o tempo, sentirá a barriga aumentar.

Mamãe não chore pelo abandono!
Ficarei junto de ti, teu apoio serei,
Não pense no meu pai, foi engano.
Pense em Deus, nosso pai, nosso Rei.

Mamãe preste bastante atenção!
É uma mulher, adolescente carente
É difícil ser mãe neste mundo vilão...
Sou teu filho e serei valente!

Não tem raiva de mim. Estou a crescer
Com esta dor que veio te abraçar.
Mesmo sozinha deixa-me chegar
Mamãe eu quero muito nascer!

Eu quero ver a vida, deixa-me viver!
Tenho em mim o amor a pulsar,
Mamãe sou teu filho, já sei amar...
Creia! Vale à pena deixar-me nascer.

Velucia

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 23:31  ver comentários (15) comentar

10.1.09


Imperador da mudança


São elas imperadores da mudança,

Figurada frágil esse ser, criança,

Ser criança é a nossa eterna dança,

E no par nunca perder a confiança.
 

Ver o mundo num baloiço que balança,

É Estado de constante aventurança,

Sem exigência, receio ou cobrança,

Desconhece o tempo, é da vida aliança.

 
Corre sem ir a lado algum e nem se cansa,

Sem preocupação alguma, a vida abraça,

Pais podem ser o cabo, mas é ela a lança,

Pais são os que lembram a sua criança.

 
Para não esquecer a semente do meu ser

Rega-la sempre que vejo o sol nascer,

Poder apreciar o seu maravilhoso florescer,

Baptizei-a, o nome que lhe dei foi Esperança.
 

 

Bruno Dias

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:51  ver comentários (1) comentar

7.1.09

 

Porcelanas de Orvalho
 
Quando subimos o olhar prodigioso
E ao longe as aromatizámos,
Sentimos a tal correlação
Que se viria a revelar benévola
E que muitas vezes nos forneceu
O firmar da arte desirmanada.
Esse silêncio que nos intacta,
Dilacerou-nos o racionalizar,
Preteriu-nos no austero,
Abandonando-nos dementes
Perante tal excelência singular.
Esses desertos,
Essas areias secas,
Esses pós mortos,
Que ressuscitam
E florescem
Na incomensurabilidade
De impugnações,
Não se alcançam dominar.
E…
São engenho
Que embute,
São faísca
Que atinge,
São sabor
Que tolhe,
São perfeição
Que permanece,
São crianças
Que nascem.
 
Francisco Viborg de Aragão

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:29  ver comentários (18) comentar

A infância é da criança

Ter infância é ser criança,
E embora haja quem não pense,
Criança também é gente.

Criança tem sentimento,
Que cresce com o tempo.

Criança tem alegria,
Envolta em fantasia.

Criança quer brincadeira,
E também gosta de fazer asneira.

Criança não tem vaidade,
Mas é próprio da idade.

Criança também sente tristeza,
Mesmo criada com riqueza.

Criança também tem dor,
E sofre por falta de amor.

E que bom que seria,
Se pudesse-mos dizer todos com alegria,
Que já fomos criança em dia.



Autor: Green Eyes

link do postPor poesiaemrede, às 00:24  ver comentários (1) comentar

4.1.09

Tempos de Criança

 

Tempos esses em que não havia quase nada

Nada de preocupações nem lamentações

Apenas contos de fada

E uns tantos chi-corações

 

Passava os dias a sorrir

E as noites a sonhar

Mas nunca queria dormir

Queria sempre brincar

 

Tanta energia e tanta vitalidade!

Para mais um jogo havia sempre vontade

Quando a mãe chamava dizia-lhe sempre “já vou”

Mas quando dava conta “mais de meia hora que passou!”

 

Tanta confiança e imaginação

Nem sempre davam bom resultado, não!

Quando dava para o torto ficava de castigo

Mas passado pouco tempo tudo era resolvido

 

O entusiasmo de aprender

E a força de não esquecer

Fazem das crianças… seres a valer!

 

Daniela Coutinho

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 02:47  ver comentários (3) comentar

3.1.09

Arco-Íris

Fruto do amor,
Nasce um rebento:
- Humana flor!
Repleto de candura
Respira livre
Corre, pela mão segura,
Inocente, pequenez pura,
Pulsante de cor, de vida…
No piscar dos olhitos
Brilhantes, esbugalhados e bonitos
Qual mágico sorriso maravilhoso?!
De duende guloso
De esperança verde vestida,
…espantoso!


Liacrisoa

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 18:27  ver comentários (2) comentar

31.12.08

 

O LIVRO

  
Eu sou o livro!

Sou engraçado,

Conto-te histórias

Sempre calado.


Se me tratares

Com muito amor

Eu posso ser

Teu professor.

Mostrar-te o mar

Com seus peixinhos,

Bonitos ninhos com passarinhos.


Posso levar-te ao meu jardim.

Tenho tulipas, rosas, jasmim…


Eu posso ser o teu amigo

Se me levares sempre contigo!

 
Eu só não posso

Dar-te alegria,

Se me ofereceres

À tua tia.

 
 

Lídia Borges

 
 

link do postPor poesiaemrede, às 00:18  ver comentários (8) comentar

   

    "integral

    

    dá-me de volta o vazio despretensioso

    do teu sorriso que perdi

    na vertigem irrevogável dos dias somados.

    

    lanço ao futuro os olhos semi-cerrados,

    procuro a inocência que já não trago,

    porque agora vive em ti.

    

    fosse a vida a pura soma dos sorrisos,

    e das gotas desse orvalho da manhã,

    que trazes nas tuas mãos de criança.

    

    fossem tão simples os gestos necessários de hoje,

    como as perguntas que nos fazes

    e límpido chegaria o dia de amanhã.

    

    trazes na tua pele integral o exemplo da pureza

    e já tantos te olham qual abutres o cadáver.

    

    
    tiago pedras

link do postPor poesiaemrede, às 00:11  ver comentários (7) comentar

29.12.08


Criança em mim, criança em ti
 
Os teus olhos brilham
A mentira não sai de ti
Letra a letra
Vais caminhando neste mar
Onde aprenderás a desenhar o fado.
Entre a magia do berlinde
Vais lançando peões
E correndo em caçadinhas.
Acordas
Ela fugiu do teu corpo
Penetrou a lembrança
Entre vais e voltas
serás sempre criança.
 
                                    Paulo Teixeira

 

link do postPor poesiaemrede, às 01:45  ver comentários (1) comentar

28.12.08

                                            

 

                                                   O mundo em teus olhos

                                                    Em teus olhos vejo o mundo,
                                                    Belo, irrequieto, passageiro,
                                                    Por vezes demasiado profundo,
                                                    À luz do candeeiro.

                                                   O que esconde teu sorriso,
                                                   Amor, dor, felicidade?
                                                   Ou tão somente o que é preciso,
                                                    Respira liberdade.

                                                   Suspiro pelo momento,
                                                   Em que te vejo, e contigo brinco,
                                                   O meu único lamento,
                                                   É não gastar o tempo com afinco.

                                                   Nos teus olhos, criança,
                                                   Em olhares singelos,
                                                   Tudo desliza numa dança,
                                                   Que faz meus dias mais belos.

                                                   Vítor F.



 

link do postPor poesiaemrede, às 00:48  comentar

CRIANÇA DO AMANHÃ



Olhos no olhos te admiro,

ainda franzino, bebé,

crescerás num suspiro.

Meu tempo não é o teu tempo,

e eu peço ao Sol, ao vento,

que adie meu retiro...

Quero-te ver crescer,

Ser o lobo mau

A quem vais bater

em tuas brincadeiras...

Levar-te às cavaleiras

em correrias sem fim...

Tu fazes parte de mim...

És a criança que carrego ao colo,

serás o jovem de amanhã,

ver-te será meu consolo,

E o mundo como te aceitará??

 

 

 

 

 

 

Alexandrino Sousa

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:45  comentar

              Ao olhar nos olhos de um criança…



              Ao olhar nos olhos de um criança
              pode-se ver uma alma pura,
              um ser de  alegria e ternura, que pouco dura…
              Porque um dia será adulto,
              as crianças pensam na alegria,
              nunca pensam na dor,
              pensam no que é o amor,
              mas não sabem que se pode tornar dor…
              Sonham com fantasias e magias,
              um paraíso cheio de alegrias que
              só os adultos o podem destruir,
              com uma simples palavra “ Guerra”,
              deixam de ser puras para,
              se tornarem duras…
              Pegam em armas para
              combater e destruir o seu mundo,
              que era de alegria e que se
               torna em tristeza e dor…
               Ficam sem os seus pais,
               tudo se torna em fúria,
               matam para poderem viver,
               deixam de ser puras,
               Para serem duras…
               suas vidas deixam,
               de ser sonhos e passam,
               a grandes pesadelos,
               deixam de ter coração,
               matam os pais de outras crianças,
               e assim se vigem da dor…
               Será que um dia estas crianças podem dar amor?




                                                    Feito por: Rute Luz

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:37  comentar

27.12.08

Autor: Gonçalo Marques

 

Eu não mudo

Parece que foi ontem, e foi mesmo.

Neste dia frio de Inverno deixei de ser criança.

Completei dezoito anos e, assim o dizem, sou um adulto.

Larguei para traz o jovem Verão, sou um vivido Inverno.

Mas resume-se a isto?

Faço dezoito primaveras e sou adulto?

E enquanto não as fizer sou criança?

E se eu ainda não me sentir no Inverno?

E se eu quiser permanecer mais algum tempo no Verão?

O meu espírito e a minha mente continuam jovens,

Com as motivações e sentimentos de crianças

Que se riem com muito e preocupam-se com pouco.

O meu interior não mudou neste dia!

Rejeito veementemente essa premissa.

Queres-me dizer que deixei de ser o rapaz que vive na mãe

E que agora sou o homem que paga as prestações?

Não, não pode, sinto-me jovem e não anseio as responsabilidades!

Então, quando cessará completamente a criança que reside dentro de mim?

Quero acreditar que nunca.

Pode vir o Outono, que esse sim, lentamente me levará

Para o Inverno, aquele que me vai pesar no corpo,

De tantas responsabilidades e deveres.

Posso já estar no Inverno, mas sei que virá sempre e a qualquer momento

Uma leve aragem de calor, vinda talvez da África Equatorial,

Repleta de juventude, e que me fará, ainda que por momentos,

Ser novamente uma criança, a correr livremente sem que nada me pese.

O espírito do Verão irá sempre permanecer dentro de mim,

Ele não morreu, ele não se esfumou.

Está adormecido, à espera que o acordem…

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:49  ver comentários (3) comentar

26.12.08

 

 

Como tu...

 

 

Foi aqui,

na Avenida 29...

 

Lá estava eu...

Lamentando a perda de alguém...

Lamentando o facto de nada ter feito para o evitar...

Soluçando por me sentir vazia,

infeliz. 

 

E tu...

Humano em miniatura,

aproximaste-te

e olhaste-me com os teus olhos azuis...

Agarraste minha mão,

sorriste

e desapareceste...

 

O toque da tua pele macia

e o teu sorriso,

bastaram p’ra me fazer compreender

que se não pudemos fazer algo,

também não adianta

repreender-nos por isso.

Devemos seguir em frente

e sermos como uma criança:

Sorrir, Chorar e voltar a Sorrir.

 

 

 

Manuela  Paiva

 

 

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 19:09  ver comentários (2) comentar

              O que é ser criança?
 
Gostava de vos dizer o que é ser criança
mas não sei
o que sei, é que ser criança é sorrir sem razão
 
É ter sempre confiança
naquilo que somos
e aquilo que somos não sei
só sei que hoje gostava de conseguir sorrir sem razão
 
Gostava de correr pelos campos
sempre a rir apenas porque me apetece
e a usufruir de tais encantos
que a infância nos oferece
 
Gostava de brincar com todos
e com todos sonhar
de abrir os olhos após acordar
e estar feliz apenas por aqui estar
 
Gostava que o brilho dos meus olhos tivesse vida
porque vida é luz
e luz é o que cura a ferida
 
A ferida causada por aqui estarmos
por sem parar lutarmos
e por muitas vezes perdermos
 
A ferida que apenas com o tempo sara
mas que em criança não conhecemos.
                                                                      Sophie

link do postPor poesiaemrede, às 17:55  comentar

“O Mundo dos Sinais”


Encerrado no teu mundo
perfeito e impenetrável
onde é difícil entrar
e interpretar os sinais,
desvendar os teus mistérios,
poder contigo brincar

Crias rotinas de vida
Que não deixas partilhar.
E finges que nem me vês.
No autismo dos teus sonhos
és um menino diferente...
Criança tão especial!

É na leveza das águas
que te soltas, que te entregas
às carícias de um amigo
que, apesar, de ser golfinho,
permites que te dê beijos
que agradeces com abraços

Conheces bem os seus sons
e respondes aos seus estímulos
com um sorriso rasgado
e captas as vibrações,
sabes sua linguagem,
com ele te comunicas.
A mim tu não te revelas,
sou só um simples mortal!


Fernanda Esteves 

 

 

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 17:42  ver comentários (3) comentar

ANJOS

São pessoas reais em ponto pequeno
sem medos, dogmas ou preconceitos
todas de jovial rosto, belo e sereno
houvesse perfeição, seriam perfeitos

Anjos puros, sinónimos de alegria
luz e cor das nossas efémeras vidas
nascidas do ventre da virgem Maria
com todo o nosso amor, recebidas

São o futuro que a todos espera
são a razão da nossa felicidade
anjos que povoam a grande esfera
anjos nascidos pela intimidade

Amemos, pois, estes anjos de ouro
preciosidades divinas e celestiais
anjos que são mais que um tesouro
são a razão de viver de todos os pais

Sem esses anjos nada faria sentido
perderíamos a alegria e a esperança
nós temos mesmo de tirar partido
da boa disposição de uma criança

EMANUEL LOMELINO

 

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:58  ver comentários (7) comentar

 

Para ti criança

 

 

 

Criança! Os teus olhos são estrelas

Que iluminam, o céu da minha vida

Eu sem essa luz, fico perdida

Deixa-me meu Deus, guiar por elas

 

São os teus cabelos, raios de luz

Que brilham, e cintilam entre os dedos

Quando os afago, não há medos

E a sua beleza, me seduz

 

Como borboletas, esvoaçando

Assim tuas mãos, eu descrevi

Não parando quietas, um segundo

 

Seguindo teus passos, vou andando

Dá-me a tua mão, eu estou aqui

E vou-te mostrar, o que é o mundo

 

 

 

 

 

Escrito por: Maria Idalina Pata

 

 

link do postPor poesiaemrede, às 00:54  ver comentários (13) comentar


Poesia em Rede
 
Poesia em Rede
Abril 2009
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


blogs SAPO